sábado, março 13, 2010

Rigor Mortis

Toquei a pedra embrutecida por lágrimas de desespero e solidão,
a perda de alegre vida, a audaciosa melodia
que povoa sonhos que a Saudade não quer ter em vão...

Mutilei a minha alma com arrepios de ruínas
aprisionadas pelo deslumbre de glórias passadas,
vi-me tosco e delirante, desencantado, errante,
o querer de cinzas espalhadas pela tragédia de nunca mais se ser como dantes...

Trinta segredos sem cor purificados pelo desenlace de histórias,
turbilhões de dor, tempestades sem força, beleza já rouca.
Estarei eu louco, possuído pelos sonâmbulos que acostam às memórias?
Ou serei eu nada mais do que a margem de um rio que, apiedado, chora?

Fustigado por olhares de maldade em tempos invernais,
trocado à nascença pela ríspida monotonia da solidão
em que lenta é a maldita marcha que me carrega,
lento é o pesar que me leva num caixão…

Envolto em sombras sem calor, vi-me frio, embrenhado em gélido torpor
onde a luz não se acende,
onde tudo é desmentido,
pois já não existe mocidade, já tudo se perde na idade,
nas memórias de outros tempos que torturam,
que vilmente gracejam da perda que foi o Amor…

1 comentário:

my_diary disse...

Frio e gélido como uma folha outunal caida nas ruas da frieza,ruas que nao mais abracam a essencia de querer brotar em ti fria morte vem porque s
o em ti nascerei de novo...apressa te muito...
Lindo ,gostei muito,o seu blog é uma obra prima...Kyrah santo*