terça-feira, março 30, 2010

A queda e a saudade…

Sonhei com a misteriosa vida!!!

E, como sempre, chorei por ser aquela que espanta a muitos,
que dança sem rumo para a mágoa poder fugir,
mas a mim não canta ou adoça
nem faz o coração sorrir...

Nesse momento, a minha alma era cruelmente desanimada
por viver na vã glória da saudade,
gritar a guerra sem qualquer pudor
e culpar-me a turbulência de uma mesquinha realidade…

Tirando vergonha dos segundos já sem sal,
quis morrer num horizonte onde a lágrima não surgia.
Um vil leito onde o sorriso em ilusão se apaga,
terrivelmente longínquo por o sonho se ter esvaecido,
triste por só ter eu que rudemente conte,
as ricas maravilhas em que eu queria ter nascido...

Tal como a dissoluta peste que invoca silêncio e febre,
a mais negra das sombras me invade.
Rindo, clama não haver dó nem piedade,
qualquer entardecer que elogie a melodia que é viver,
apenas o tropeçar da velhice que a boca adorna com fel…

É esta a minha alma,
a tortura e o amargo sabor de quem já muito chorou,
uma desafortunada pintura que cobre a luz que antes vivia
e sonha com as folhas mortas na Primavera,
com o sombrio terror que vence o dia na beleza interior...

Sendo estátua, deponho as cinzas ocas e sem orgulho
porque rimo com o mais solitário dos esquecidos,
um poeta que cobre a noite sem magia ou triunfo.
Desesperado por ser rei de sonhos perdidos,
fecho os olhos e enlouqueço por ainda haver vida
pois sonharia com a morte para esquecer a dor...

2 comentários:

Daisy Libório disse...

senti, daqui, a alma que se exibe plena
no mar de letras capturadas de suas profundezas...

*um dos mais belos e integrais entre seus trabalho! Amei!

bjs

Me disse...

Sua poesia me tocou fundo...
bjos!