quinta-feira, março 15, 2012

Loucuras

Um pouco de mim corre nas tuas veias, um pouco de mim sangra no inferno, tudo porque ainda me lembro do paraíso mas vivo num lugar onde a incúria é veneno.
                Arrepiado, inconstante e, mesmo assim, feliz por amar e praguejar, voo com apenas uma asa, a outra tendo caído quando deixei de ser inocente. É por isso que me vêem atartamelado e as minhas palavras são ecos disformes de tudo o que navega na alma… Sim, são disformes porque nunca sei traduzir da melhor maneira o que é criado dentro de mim.
                Se estou calado e pensativo é porque me sinto longe da pálida realidade que não sabe convencer e disserto comigo mesmo sobre todas as ilações e hipóteses. Se aparento estar feliz, conquistado pela dissonância da ebriedade, acredita que uso uma máscara que confunde porque não quero pensar em algo mais do que o momento.
                Não sei se algum dia o que tenho desabará, se cometerei o erro de demonstrar que não sou assim tão certo, que a minha alma e o meu coração lutam contra a minha mente e o meu corpo. Várias vezes, são estas últimas essências que ganham, tal como a minha solidão ao esbracejar vitória e eu, dilacerado, culpo-me pelas quedas, por nunca aprender a calar todas as dúvidas e baboseiras quando é o verbo mais valioso, aquele que deverei sustentar!
                Cabe à alma e ao coração ensinar a mente e o corpo a viverem…
                Cabe ao que resplandece, fazer com que o opaco deixe de transmitir a sua doença, abrir todos os lados com a virtude que é o conhecimento…
Se algum dia te reencontrar, acredita que não serei o mesmo.
                Afinal, sem ti, sem essa fragrância que tanto me conquistou como me defraudou, saberás que não tive outra opção a não ser morar num outro reino.
Poderei pintar o mundo de muitas cores, afinal, as palavras também têm esse dom. No entanto, a minha alma continua de preto...
Já me disseram que sou demasiado simpático...
Bem, de certeza que certas personagens dos meus livros irão discordar ;)

quarta-feira, março 14, 2012

Costumo ser menos vivaz de manhã, isso porque os sonhos me tiram toda a força, mas basta-me um sorriso, um só sorriso, e já voo...

terça-feira, março 13, 2012

Não temo a noite quando arde em mim a loucura do sorrir!
Tudo porque as sombras não existem!
Tudo porque a lágrima não acorda!
Tudo porque ouvi o riso dela e alegremente renasci!!!

Uma tempestade num copo de vinho (vídeo-arte)

O vídeo-arte completo, "Uma tempestade num copo de vinho", que esteve patente na exposição "Toma-te o vinho", concebida pelos Mad Space Invaders no Instituto do Vinho de 27 de Janeiro a 17 de Fevereiro. ^_^
Fotografias de Alexandra Dionísio.
Texto, declamação e vídeo de Jorge Ribeiro de Castro

Que vejam e dêem a vossa apreciação!!!

http://www.youtube.com/watch?v=iy06N8XLkB0

Quando se erra, pagamos...


– Não sei porque tiveste de fazer figura de parvo perante todas aquelas pessoas!
– Saiu-me…
– Caramba, um homem com a tua idade, a tua experiência e o teu cargo… Porque raios é que não pensaste antes de abrires a boca?
– Eu…
– É preciso ensinar-te tudo tin tin por tin tin outra vez? Já não aprendeste com os erros dos outros? Pensa antes de falares!
– Eu…
– Até o teu amigo que deveria ser ainda mais responsável foi-se queixar de que não tinha dinheiro para as despesas! Logo ele, com o cargo que tem, não tinha dinheiro para as despesas? Como é que ainda está vivo? Porque raios é que não pensou antes de abrir a boca? Homens… Vocês só pensam é com o car…
– Oh, não… Tu bem sabes que não…
– Não tenho tanta certeza disso. Afinal, vocês os dois já vieram com merdinhas. Todos estão a gozar e quem é que fica mal? Quem? Eu e a mulher dele!!! Não acredito que disseram o que disseram! Parece que estou a falar com um adolescente… E olha que já passei por isso estes anos todos… Tu és um pateta! Sinceramente, não sei como é que ainda te amo…
– Também te amo, minha florzinha. Vá lá, perdoa-me…
– Não sei… Daqui a uns dias falamos…
– Mas…
– Preciso de estar só…
– Não posso dormir contigo?
– Já disse, preciso de estar só…
– Amorzinha, por favor, eu quero tanto dormir contigo… Prometo que não te toco, só quero estar na cama contigo…
– Já disse, estou chateada contigo e preciso de estar só por uns dias!!!
– Não… Por favor…
– Porra, Bunny, pára de chorar, não sejas piegas!!!

segunda-feira, março 12, 2012

Para os curiosos em relação à exposição "Toma-te o Vinho" no IVBAM, concebida pelos "Mad Space Invaders" e que decorreu desde 27/01/12 a 17/02/12, e aos poemas que declamei aquando da finissage. :D

http://www.youtube.com/watch?v=GBOZe4LScNE

Por caminhos arcanos errei (e-book)

O meu 4º livro, "Por caminhos arcanos errei", um romance de mistério, romance, suspense, tragédia e erotismo...
Download gratuito, comentários construtivos desejados!!!
 
http://www.mediafire.com/?aqz6cgpiq9b6u5p

O cortejo das virtuosas solenidades (e-book)

O meu 3º livro, "O cortejo das virtuosas solenidades", composto por 8 contos de mistério, romance, suspense, terror, tragédia e erotismo...
Download gratuito, comentários construtivos desejados!!!


http://www.mediafire.com/?v3b6d75usc4r1zb

Conclusões...


É-me difícil transformar-te em algo mais do que a descrição da minha loucura, inverter o caminho que tão bem escolhi para que não deixes de ser pureza. Não, não sou assim tão magnânimo ao ponto de te dizer que sei inverter feitiços, passar da cerveja para a água, lacrimejar a sensacional vontade… a tua, que é caminhar com uma certa magnanimidade.
Por vezes, sou um tanto discordante co...m a serenidade que pretendo, um aprendiz que tenta não ser o bobo que antes vagueou petrificado e se a minha alma grita é porque não há qualquer tempestade que possa esconder as minhas falhas. Se me vingo da vida anterior arrepiando a minha carne com as lágrimas, é porque uma certa crença espalhou a sua bondade pelas minhas veias e me conquistou para além da monstruosa realidade.
Lembras-te daquele dia em que te disse que iria entrar num certo lugar que me fizesse bem? Talvez não pensasses nisso, mas já estava a falar em suicídio… Não, não me referia em acabar com a minha vida, mas deixar de me importar com a ténebre sociedade que muito procura afastar o indivíduo do seu caminho e deixar de procurar aquela patética glória que é me afirmar melhor do que os outros só porque sei escrever.
Ah como fui tonto naquela altura! Olhava para as pessoas de alto a baixo e, se nenhuma qualidade artística via, pensava logo que não eram interessantes. Claro que falava bem com elas, mas, por dentro, celebrava uma certa pomposidade porque sabia que não seriam conhecidas cem anos após a sua morte. Não como eu, claro, que já tinha uma certa reputação…
Foi preciso apareceres para eu “acordar”, para começar a pensar que estava totalmente errado. Uma mulher tão nova, bela e inteligente que me fez descobrir, durante o nosso relacionamento, que não sou melhor do que as outras pessoas, que todos temos a nossa sorte e a nossa burrice. Há que respeitar para ser respeitado e, se possível, deixar de pecar. Não é por eu ser escritor que devo andar por aí a me fazer de bom! Lembrando-me, isso só demonstrava o quão ridículo eu era, não achas? Ah, patetices…
Bem, vou sair agora do facebook… Agradeço-te por tudo e desculpa-me se desapareci durante algum tempo… Ainda não te tinha dito, mas tornei-me padre e daqui a pouco vou rezar a missa.

domingo, março 11, 2012

E os porquês…

Não compreendo!
Só porque tenho palavras e tu tens realidades, tenho sonhos e tu tens desejos, tenho loucuras que batem, rematem e explodem sem antes dar sinal de perigo, bebo desalmadamente sem pedir licença à dor, faço desenhos que tardiamente compreendes, conheço aquelas nuvens esvoaçantes que riem ao despejar droga, danço de forma cada vez mais estranha, canto hoje abusos já que o amanhã não existe, tento não ser escravo da apalhaçada apatia, rio sempre que me apetece não me importando com quem está ao lado, escarneço e complico o que tenta valer como subtileza, grito desalmadamente quando me dizes para ter calma, risco da memória coisas que não parecem ter importância e, mesmo assim, vais buscar a um passado onde não estiveste situações desconcertantes, extremamente irritantes e volta e meia discutimos.…
Caramba!
Só porque tu tens qualquer coisa que me fascina, que me lateja o corpo, que sacode a poeira do cansaço, será que devo continuar a sentir-te no meu coração, agora que te foste embora sem ao menos teres dito porquê?
Se assim for, serei burro?

Perguntas…


– Deduzo que a inspiração seja fácil de ter quando te vestes de preto.
– Deduzes isso porquê?
– Porque sempre que te vejo de preto, mostras-te taciturno, absorto nos teus pensamentos. Não falas, nada dizes do que te encanta ou corrói. Sais de casa e vais a um bar escrever num bloco. O que é que assentas que sejas tão importante?
... – Todos temos devaneios que pintam a nossa mente, glórias que desejamos, fantasias que nos agarram, encantos que nos beijam, pétalas enevoadas que já caíram, aquela procura incessante por um horizonte menos terrífico do que aquele que se vê à nossa frente, uma lisonjeada transformação da aberração que antes nos trucidou, uma ideia que nos comove a vaguear, uma lágrima que ainda corre, um sorriso que não nos desgrace, a selvagem inquisição de todos os preconceitos, a serenidade em luta contra a triste realidade, a leveza que é deixar de ser igual a todos os outros, a incansável força motriz que é correr descontroladamente além dos grilhões que nos tentam subjugar, um coração que sustém toda a alegria que nos importa, uma esperança que tenta não morrer…
– Escreves sobre isso tudo?
– Não, apenas sobre bife, cerveja e papel higiénico…

(escrito de madrugada, poucos dias atrás, no bar “Eclipse” (Bairro Alto), estando levemente tocado por certos líquidos…)

quarta-feira, março 07, 2012

O que de encantador se percebe...

Nasci numa tarde de sol altivo, preenchida por um vento que continha os cantos de outras eras. Despertei-me bem cedo, uma potência além de tudo o que atinava, concordava e se rebaixava à injusta notoriedade de um passado com muitos grilhões. Era jovem, obstinado e já o vento me conduzia ao grito! Sorridente, pus-me de pé, destemido, e gritei:
                “Não serei o que desejam que seja! Antes o asco, a tempestade e o abismo, do que o vosso tão plácido perfume!”
                Após isso, tentaram agarrar-me, abater todos os preceitos que consideravam imorais, arranhar esse iniciar de liberdade, sorver esse fôlego que era só meu e consagrar-me à sua maldita glória, mas eu fugi, saltando por cima de tudo e de todos, nada me importando se esbarrasse em ignorantes, religiosos ou ovelhas.
Abrindo os braços no alto de uma montanha, declamei toda a prosa e poesia que a minha alma pretendia, rasgando quaisquer cores que nada tivessem a ver com a minha satisfação. Os meus urros pareciam trovões que se reflectem na terra e voltam ao céu, tal era a hilaridade que ribombava de mim, até que, por fim, inquietei a Natureza.
Começou a chover, banhei-me em desvarios e necessidades, o frio apertava-me a carne ainda mais aos ossos e tiritava naqueles frémitos que se misturam ao coração. Tudo é uma consequência de uma inconsequência que nos faz abrir a consciência…
Faltava-me… Sim, faltava-me ela, uma dama que soubesse o que deveria ser, a profundidade de emoções e pensamentos que conseguisse aquecer o corpo para além de qualquer Inverno. Onde é que poderia encontrar tal ser? Em que parte do mundo existiria alguém assim, tão ideal para mim?
Foram longos os meses de deambulação, longas as noites de sonhos e distâncias, longas as manhãs em que acordava sozinho…
Um certo dia, cheguei a uma aldeia e dirigi-me para o centro da mesma. Ansioso, nervoso e latejante, a todos chamei para que soubessem que um poeta lhes iria presentear com as suas mais recentes obras. É claro que todas elas tinham aquele jeito tão irrequieto que é clamar pelo dia quando a noite aperta e sentir a noite quando o dia tem demasiado cansaço, mas a inspiração, aquela tão verdadeira que adoça o peito, não tardou a surgir pois vi uma mulher, entre as muitas que acorreram aonde eu estava.
Ela, de cabelos compridos e encaracolados, olhos brilhantes e sorriso divinal, parecia não perceber o que eu estava a dizer, talvez porque não sabia falar a mesma língua ou fosse meio surda.
Após mais ou menos meia hora de eloquentes divagações sobre os recintos de bom préstimo ao romance, à natureza e à disfarçada luxúria, cheguei ao final da minha exposição. Agradecendo os aplausos, sorrisos e dinheiro de quase toda a minha audiência, pois ela não se fez ouvir nem ver, aproximei-me dela e, perplexo, perguntei-lhe se as minhas palavras não lhe interessavam. Ela, num jeito tão peculiar, respondeu:
– Se tudo o que dissessem, aquecesse o meu coração, não seria única, mulher com uma boa alma, mas mais uma que se deixa levar pelas armadilhas de outros.
– E se eu te disser que, o que declamei, foi em nome de quem não conhecia, mas que desejava conhecer?
– Se não conhecias, declamarias para uma sombra, um espelho tão negro quanto um coração que não sabe a quem amar…
– Tudo o que um poeta cria é por necessidade, não por obrigação, e eu precisava de me conhecer, de saber o que o meu coração sentiria quando encontrasse a mulher dos meus sonhos...
– Um poeta que não sabe o que sentir quando ver a mulher dos seus sonhos? Como é que isso é possível? Acaso sabes tão pouco do que é o amor?
– Tem-se de descobrir o dia e a noite. Não há momento futuro que não seja um mistério… Sou apenas alguém que pretende conhecer a si próprio de modo a saber se reconheceria a mulher dos seus sonhos…
– Sonhas sempre com sombras?
– Os meus sonhos são enevoados, vejo figuras, nunca caras, sinto o toque, nunca acaricio, oiço palavras, nunca corações…
– Precisas de aprender… Tal leva o seu tempo…
– Tento ter o possível de paciência…
– Paciência… Sim, é preciso… Bem, desejo-te uma boa vida. Adeus.
– Não! Espera!
– Porquê?
– Quero conhecer-te melhor…
– Porquê?
– Porque… Bem… Intrigas-me…
– Em quê?
– No facto de que… Gosto de conversar contigo… Tal como em mim, vejo em ti muitos cenários que arrepiam…
– Sou apenas uma mulher que não gosta que a tentem conquistar em nome da futilidade.
– Não, também não o pretendo!
– Será preciso muito tempo para deixar-me levar…
– Não pretendo outra coisa…
– És assim tão paciente?
– Pela mulher dos meus sonhos, sim!
– Como sabe que eu sou?
– Como sabe que não é?
– Como sabe que é o meu?
– Como sabe que eu não sou?
E os anos passaram…


(escrito numa bela tarde de sol e muito vento, ao sabor de uma bica pingada, no miradouro de Sophia de Mello Breyner Andersen – Lisboa)

terça-feira, março 06, 2012

À noite e contigo…

Todos temos desvarios, curvas que não sabem como fechar, paredes que engolem as cores do passado, tremores que dançam como se fossem tempestades, cenários que gargalham onde a loucura já há muito entrou…
Eu tenho esta memória, que deslizo em ácido como diálogo provocante…
Se sou imprestável? Oh, apenas tenho as marcas que a vida trouxe, esse abismo que corre nas veias porque a luz que se vê é miséria quando o sonho é uma nódoa que pode ser limpa.
Deixo-me ir…
Eu gosto de me cortar com as palavras que se espalham no chão sem temer que deixem de ser virtudes! Prefiro a depravação, cuspir na cara de todas as tretas que me foram dadas e explodir qualquer universo que os distraídos, aqueles que prometem o que não podem, desejem criar.
Afinal, não tenho qualquer vontade de me desfazer da arte, de provocar qualquer eclipse em mim como se eu fosse uma folha amarrotada, adormecida pela hedionda mesquinhez! Oh! Quando me encontraste, já sabias que eu era um perdido…
Dizia a torto e a direito que a vida é para ser provada por nós mesmos, que não nos devemos julgar mal se criamos tantas personagens, se esbracejamos, corremos, gritamos e fodemos como se não houvesse amanhã…
Não, não há dilemas, combustível ou substantivos que me conduzam a procriar mentiras, por mais luminosas que sejam, na escuridão!!!
Existe apenas a vulgar constância que é me impedir de me ridicularizar, de deitar para o ar qualquer adjectivo que cubra a normalidade. Ah! Eu não quero nada com a normalidade!!! Pouco me importa se existem “cegos”, irão todos morrer vazios…
Monstruosos!!!
Esse é o nome que combina com quem não queira ver além do seu umbigo, aqueles que não são verdadeiros consigo mesmos, que não sabem dizer:
“Descobri que sou fútil.”
Toscos!!! Que não se deixem ser subjugados por preceitos tão ridículos quanto uma gota de chuva, ah preciosidade da Natureza, que não traga outra!!!
Se querem ser sombras, que façam o favor, que deitem para fora tudo o que lhes faz bem, mas, vá lá, que não me queiram levar. Tento ser preciso onde a riqueza guarda o seu maravilhoso desvario.
Sim, é bom ser insensato, tecer artimanhas que podem cair porque a lógica não as consegue aguentar, seduzir os problemas para que essa odisseia, que é naufragar, não nos leve a recantos menos libertinos. Será que se deve pensar os passos, sermos guiados pela nossa mente, fazer com que o espírito não possa deambular, que fique acorrentado num espaço tão obscuro quanto pequeno?
Chamas-me…
Esqueço a confusão…
Prefiro a ti…
Neste momento, tal como em muitos outros, gosto de cortar a placidez com o desejo, de me meter contigo, abrigar-me rodeado do teu perfume, acariciar qualquer suavidade que tenhas, de passar a minha língua pelos teus seios, beijá-los avidamente…
Não há melhor fogo que pudesse ter escolhido!
Por longos momentos, perfuro as tuas águas, aqueço-te com os traços do meu frutuoso esplendor, lembro-te que a tua noite é minha para que nunca te esqueças de deslizar sobre o meu ávido amor!
O teu sorriso e gemidos corrompem-me com a gratidão que é gritar que se tem asas.
Contigo, ninguém me conseguiria prender à terra e assim me elevo e me solto para além do horizonte.
Já em paz, vens comigo…


(texto escrito ao gosto de determinados líquidos numa passagem nocturna pelo bar “Eclipse”, um dos muitos do Bairro Alto – Lisboa)

sexta-feira, março 02, 2012

Acordar para este dia como uma pálida imagem e sentir o teu silêncio como faca que se crava na minha carne.
Se sangro, é porque as lágrimas já perderam a força...
Não, não preciso dessa miserável casa!
Apenas de vaguear, de recomeçar num lugar onde não haja sombras que queiram dançar comigo. As memórias daqueles tempos em que fomos tão felizes...
E há quem diga que posso continuar a viver...
E há quem não sabe que me sinto tão velho...
No entanto, se agora morrer, todos dirão que eu era tão novo.

Minto-me!!!
Preciso de ti, do sabor da tua boca, desse sorriso que espalha toda a escuridão da minha alma e transforma-me em luz.
Pena que, para ti, eu seja... nada.