segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Conto-vos uma história mirabolante de um extasiante malabarista que usava roupa extravagante e maquilagem brilhante. Este, vez ou outra, dançava com garrafas, bolas e taças sem alguma vez as deitar ao chão. Umas continham vinho, outras ar e as últimas cerveja. Não sei de qual é que gostava mais, no entanto, não passava uma noite sem que dormisse com a mulher que amava. Sim, eram sonhos a pernoitar na sua cabeça porque o malabarista, tão cansado estava de trabalhar todos os dias para ganhar uns trocos que nem sequer tinha tempo para cortejar. Assim, ganhava dinheiro de dia fazendo os outros divertirem-se e divertia-se à noite como se fosse isso o mais belo viver. No entanto, pouco antes de acordar, o extasiante malabarista tinha sempre aquela lágrima que é saber que era tudo um sonho, que a mulher que amava não estava mesmo ao seu lado, que o dia iria começar e, com ele, a máscara que teria de usar. Chegou o dia em que, tão velhinho e cansado, foi para o céu. Aí, todas as pessoas que se tinham alegrado com a sua arte, e que já tinham ido para esse lugar, se alegraram ainda mais porque sabiam que iriam ter a companhia do extasiante malabarista. Este alegrou-se muito mais porque sabia que a mulher que amava, e que o amava também, estaria consigo para toda a eternidade.

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